terça-feira, 18 de dezembro de 2012

                                

                                     Refletindo acerca do texto "Papos"  

                                 
   Quantas vezes, conversando com alguém, ou mesmo ouvindo alguém falar, ou lendo um texto qualquer, saímos com a velha e conhecidíssima frase: "Ih! Fulano cometeu um erro de gramática aqui!"
Isso é muito comum, mas o tal erro do fulano não impede que a gente o entenda, não é verdade?
  Pois é. Acontece que existe uma diferença entre o que é erro e o que é agramatical na nossa língua
Você deve ter se lembrado de alguém conhecido que, no afã de se adequar ao padrão da língua, acaba exagerando na dose e cometendo os excessos do personagem do texto que acabou de ler. No texto, você viu que, apesar das inadequações e dos excessos cometidos pelo personagem, sua mensagem pode ser compreendida, ou seja, a gente acaba se entendendo.
   Muitos estudiosos da linguística afirmam que não existe erro quando se trata do uso da língua. Para eles, existe adequação a uma determinada situação comunicativa, já que o certo e o errado estão ligados a um uso da língua padronizado socialmente. Nesse caso, estaríamos falando do que é aceitável ou não, de acordo com o nível de adequação à norma padrão exigida por determinada situação. O fato de um falante dizer, por exemplo, "nós fomo" em lugar de "nós fomos" não impede que se faça entender, mas, obviamente, o compromete diante daqueles que o escutam. O entendimento não é afetado, mas o falante fica socialmente marcado de forma negativa. Como se vê, esse tipo de erro - e aqui estamos falando, sim, de erro, que é compatível com a ideia de inadequação - não impede a comunicação. Por isso, ele tem um caráter extralinguístico, que extrapola o nível da produção da fala e transborda para um nível de aceitabilidade social.
   Para que haja o que os linguistas chamam de agramaticalidade, é necessário que o falante viole as regras do seu sistema linguístico, o que dificilmente acontece. Quando isso acontece, a comunicação torna-se inviável, e não é porque houve uma inadequação que compromete a aceitação social do falante, mas porque a violação das regras tem um caráter estritamente ligado à construção linguística. Assim, se alguém resolve, por exemplo, alterar determinadas regras de organização de palavras num enunciado, impedirá que o ouvinte o compreenda, impedindo, consequentemente, a própria comunicação. Se eu disser: "Não hoje a criança o viu brinquedo lá", estarei infringindo regras segundo as quais o artigo tem um lugar no enunciado, assim como o verbo, o advérbio, etc. É claro que essas infrações podem ser mais complexas, de modo a inviabilizar a comunicação.
 (  Fonte : http://www.educacaopublica.rj.gov.br/oficinas/lportuguesa)

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