Refletindo acerca do texto "Papos"
Isso
é muito comum, mas o tal erro do fulano não impede que a gente o entenda, não é
verdade?
Pois é. Acontece que existe uma diferença entre o que é erro e o que é agramatical na nossa língua
Pois é. Acontece que existe uma diferença entre o que é erro e o que é agramatical na nossa língua
Você deve ter se lembrado
de alguém conhecido que, no afã de se adequar ao padrão da língua, acaba
exagerando na dose e cometendo os excessos do personagem do texto que acabou de
ler. No texto, você viu que, apesar das inadequações e dos excessos cometidos pelo
personagem, sua mensagem pode ser compreendida, ou seja, a gente acaba se
entendendo.
Muitos
estudiosos da linguística afirmam que não existe erro quando se trata do uso da
língua. Para eles, existe adequação a uma determinada situação comunicativa, já
que o certo e o errado estão ligados a um uso da língua padronizado
socialmente. Nesse caso, estaríamos falando do que é aceitável ou não, de
acordo com o nível de adequação à norma padrão exigida por determinada
situação. O fato de um falante dizer, por exemplo, "nós fomo" em
lugar de "nós fomos" não impede que se faça entender, mas,
obviamente, o compromete diante daqueles que o escutam. O entendimento não é
afetado, mas o falante fica socialmente marcado de forma negativa. Como se vê,
esse tipo de erro - e aqui estamos falando, sim, de erro, que é compatível com
a ideia de inadequação - não impede a comunicação. Por isso, ele tem um caráter
extralinguístico, que extrapola o nível da produção da fala e transborda para
um nível de aceitabilidade social.
Para
que haja o que os linguistas chamam de agramaticalidade,
é necessário que o falante viole as regras do seu sistema linguístico, o que
dificilmente acontece. Quando isso acontece, a comunicação torna-se inviável, e
não é porque houve uma inadequação que compromete a aceitação social do
falante, mas porque a violação das regras tem um caráter estritamente ligado à
construção linguística. Assim, se alguém resolve, por exemplo, alterar
determinadas regras de organização de palavras num enunciado, impedirá que o
ouvinte o compreenda, impedindo, consequentemente, a própria comunicação. Se eu
disser: "Não hoje a criança o viu brinquedo lá", estarei infringindo
regras segundo as quais o artigo tem um lugar no enunciado, assim como o verbo,
o advérbio, etc. É claro que essas infrações podem ser mais complexas, de modo
a inviabilizar a comunicação.
( Fonte : http://www.educacaopublica.rj.gov.br/oficinas/lportuguesa)
Legal! E as tuas reflexões? :)
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